Saiba quais municípios são epicentros da pandemia de coronavírus no Piauí
Pesquisadores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) fizeram um levantamento sobre a interiorização da Covid-19 no estado e apontaram os epicentros do coronavírus no Piauí. As informações estão no Boletim do Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológica da instituição e foram divulgadas na terça-feira (23/06).
O tempo da pesquisa levou em conta os casos diagnósticos no período de 19 de março a 13 de junho de 2020 e apontou quais os epicentros locais. Segundo o professor Vinícius Alexandre, especialista em Vigilância Sanitária e doutorando em Epidemiologia pela Fundação Oswaldo Cruz, a pesquisa encontrou um “processo ascendente” de casos durante a pandemia e que, portanto, uma flexibilização de setores, no momento, é desfavorável.
A seguir, os municípios selecionados pelos pesquisadores com o total de casos contabilizados, até a terça-feira (24), conforme levantamento do OitoMeia:
- Teresina: 6.305 casos
- Parnaíba: 2.134 casos
- Campo Maior: 546 casos
- Barras: 471 casos
- Picos: 446 casos
- Esperantina: 327 casos
- Demerval: Lobão 258 casos
- Piripiri: 251 casos
- Altos: 297 casos
- União: 216 casos
- Bom Jesus:215 casos
- Água Branca: 194 casos
- Uruçuí: 190 casos
- Miguel Alves: 171 casos
- Batalha: 119 casos
- Oeiras: 147 casos
- Floriano: 147 casos
- Luís Correia: 146 casos
O especialista considerou as taxas de crescimento da doença no Estado para fazer uma pesquisa descritiva e de análise exploratória dos casos da Covid-19 no Piauí. O objetivo, segundo o pesquisador, foi apontar os índices da interiorização do novo coronavírus.
“Nós avaliamos o crescimento de casos no Estado e temos, agora, uma noção melhor de como essa doença está se espalhando. É importante para que os gestores e toda a comunidade possam ter um planejamento e um posicionamento diante dessa pandemia, já que eles sabem a dinâmica com que o espalhamento dessa doença está ocorrendo […] Diante disso, a partir de dados científicos, somos desfavorável a um flexibilização por conta de um processo ascendente que vivemos diante dessa crise pandêmica”, afirmou o professor Vinícius.
AVANÇO DA PANDEMIA NO LITORAL
Os pesquisadores chamam a atenção para os impactos negativos da diminuição do isolamento social em Parnaíba, Luís Correia e Buriti dos Lopes. No artigo, eles trazem um dos motivos dessa diminuição na taxa de isolamento e, consequentemente, o aumento no números de infectados. Nas primeiras semanas da Covid-19, as médias de isolamento nas três cidades não chegaram a 40%. Depois de dois meses, Parnaíba e Luís Correia conseguiram um índice de 50% de isolamento social. E, na décima semana, somente Luís Correia conseguiu manter tal índice.
A liberação de algumas atividades comerciais foi um fator que contribuiu para a redução da taxa de isolamento social e os pesquisadores alertam que entre as 10 cidades piauienses com maior número de casos, Parnaíba e Luís Correia estão entre elas.
O artigo alerta que medidas mais severas serão necessárias para evitar mais contaminação e mortes nessas cidades.
“Foi uma análise das atividades de reabertura na cidade de Parnaíba e seus impactos nas cidades vizinhas, Luís Correia e Buriti dos Lopes. Alertamos que precisamos aumentar a taxa de isolamento social. Depois de dois meses, essas cidades chegaram perto dos 50% e depois disso não voltou a este patamar e, na verdade, está diminuindo”, disse.
DEXAMETASONA
Especialistas do Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológica da Uespi também avaliaram o uso do medicamento “dexametasona” no tratamento contra a Covid-19. Os professores Fabrício Pires de Moura do Amaral, doutor em Farmacologia e coordenador do Mestrado Profissional em Biotecnologia em Saúde Humana e Animal da Uespi e Francisco Eugênio Deusdará de Alexandria, doutorando em Engenharia Biomédica e professor de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Curso de Medicina da Unifacid são responsáveis pela pesquisa.
Segundo os professores, o fármaco “mostrou eficiência principalmente em pacientes que estão fazendo uso de ventiladores mecânicos”. Porém, sem ação ou poder preventivo contra o vírus.
“Em relação a dexametasona, nós avaliamos a pesquisa da Universidade de Oxford. Posso afirmar que esta está sendo a melhor notícia quanto aos efeitos de um fármaco contra a Covid-19. Ele é utilizado contra vários tipos de doenças autoimunes e outros fins. Contra a Covid-19, a universidade mostrou eficiência do medicamento principalmente em pacientes que estão fazendo uso de ventiladores mecânicos. Devemos deixar bem claro que esse medicamento somente pode ser utilizado nesta condição de Covid e sob supervisão médica. De outra forma, a dexametasona pode agravar a doença no paciente”, alertou o professor Fabrício.
Fonte: Oito Meia com informações do Governo do Piauí